Sim, eu sei, são coisas bem pequenas diante de tantos problemas mais sérios que afligem esse mundo . Mas, o fato é que me faz pensar e me faz mal. Muito mal!
Lembra do vazio? Ele voltou. Aquele vazio que esteve presente por tanto tempo, voltou pior. Antes ele era um vazio acostumado a ser vazio, agora ele é um vazio que um dia foi preenchido. Bendito seja o maldito preenchimento.
Por tanto tempo eu tenho me portado como a que não se importa. Eu acreditava mesmo que não me importava. Pouca coisa já era suficiente pra distrair minha atenção: uma prova, um filme, uma festa. Você me falava das lembranças e do quanto elas faziam sofrer, mas eu nem pensava nelas, optei por não pensar.
Hoje eu estou assim. Melancólica e sem sono. Porque ter te visto foi a melhor e a pior parte do meu dia. Foi meio indescritível a sensação que eu tive quando senti você pegando nas minhas mão e tirando meu anel, poderia ser traduzido como um suspiro ou um frio na barriga, algo inesperado, um gesto simples que conseguiu me desestabilizar completamente. Se é que algum dia eu estive estável. Passei sei lá quanto tempo sem me mexer, claro que a preguiça contribuiu, mas eu estava extática. Depois você voltou, deu um beijo na minha cabeça e disse “Se quiser conversar eu tou aqui, viu?”, foi quando quase caiu uma lágrima. O lugar, as pessoas, o cheiro, as conversas, as músicas, o violão, tudo me trazia boas lembranças, tão boas que me fizeram pensar se no lugar de estar pensando nas lembranças, eu deveria criar novas recordações aproveitando o momento.
Hoje, mais do que nunca , eu me senti a pessoa mais fraca e covarde do mundo. Além de tudo, altamente influenciável. Não sei se eu me deixo abalar pelos fatos em si ou pelo que ouço ou vejo... Como eu poderia esquecer da inconstância? Ela já se tornou pública e notória, tanto que um amigo me disse hoje “Ora, mulher, você sabe o quanto é inconstante”
Só sei que quando você foi embora, eu falava baixinho “Fica! Fica!”. Quando cheguei em casa, peguei o telefone antes mesmo de me trocar. Queria muito ouvir tua voz rouca falando sobre uma coisa qualquer, ou até sobre o nada.
Hoje, domingo, como tantos outros domingos. Não igual aos outros, porque muitos eu queria que durassem pra sempre, outros eu preferia que nem tivessem existido. Porque domingo foi um dia de começos e finais. Sempre domingo...